#REFLEXÃO - COMO PENSAR FORA DA CAIXA?

Pensando fora dos parâmetros impostos pela tecnologia, executivos e designers, pode-se contruir coisas muito mais valiosas e interessantes do que as que já existem. Hoje em dia temos muitas referências, muitas coisas boas já prontas, já feitas, já executadas e principalmente, muitos padrões!

Antes dessa onda de computadores e internet, cada pessoa tinha seu ambiente exclusivo para certas atividades, como comer, jogar ou estudar. Logo, alguém percebeu que, dependendo do lugar onde você se encontra nesse cômodo, no sofá, na cama, à mesa ou escrivaninha, há uma indicação do que você estaria fazendo e também do seu grau de disponibilidade para ser interrompido. Além disso, existem vários artefatos e objetos que denunciam a atividade com a qual você está envolvido. Hoje em dia, virtualmente, todas essas deixas desapareceram. 


O que nos resta são aparelhos únicos e individuais onde todas as informações associadas se consolidam em uma forma digital, assim como todos as ferramentas. Aliás, isso não acontece apenas com apenas uma tarefa, mas com múltiplas atividades durante o dia. Para quem vê de fora, você está sempre no computador.

Parte da proposta do pensamento do design é melhorar nossa habilidade de resolver nossos conflitos, como esse descrito acima, e descobrir como não jogar fora um bebê junto com a banheira. De uma certa forma, essa reflexão é uma segunda lei da história da tecnologia, Melvin Kranzberg, que afirma “Invenção é a mãe da necessidade”. É também a reflexão de uma observação de Proust que diz “A única verdadeira viagem do descobrimento não é ir a novos lugares, mas ter outros olhos”.

Então, quando voltamos ao assunto sobre “sempre estarmos na frente do computador”, a pergunta muda “Como restaurar as deixas das atividades que nos ajudariam a recapturar a ordem moral da casa, continuando a manter os benefícios da tecnologia?”

Esse problema não é só sobre tecnologia ou o usuário, mas também sobre o ambiente, o lugar: onde a atividade está sendo feita, fisicamente, e qual seu contexto social? Como podemos redesenhar ferramentas e tecnologias, de uma forma que encorage comportamentos, e visibilidade da atividade, que sejam consistentes com tais lugares e valores?

Por exemplo, uma mãe de 89 anos. Ela ama música, vive com um péssimo sinal de rádio e tem acesso ao computador do marido de 90 anos, que está conectado à internet e com caixas de som. Mas, apesar do fato de todos os programas relacionados ao áudio e softwares estarem disponíveis, a ofuscante baboseira cibernética dos dias de hoje, infere que o rádio agora é um browser especializado no acesso de streaming pela rede. Isso vai simplesmente além da capacidade de compreensão dessa mulher e ela nunca vai tirar nenhum benefício disso. Nossa falta de atenção ao lugar, tempo, funcionalidade e consideração pela capacidade geral humana significa que essas tão nobres novas tecnologias falham em proporcionar um real potencial de uso para pessoas reais.

Um dos propósitos do design e da inovação é melhorar nossas vidas. Porém, o design que não se preocupa com o ecossistema social, cultural e físico irá perder essa marca.

Melhorando, os resultados farão o “Bill, vocês está sempre nessa #$&&$@ de computador” parecer brando por comparação. A inovação no design que nós merecemos e precisamos batalhar para ter deve reduzir a complexidade e dificuldade de viver nesse mundo, além de melhorar a qualidade de vida. Sem o esforço consciente para entender esse mundo, nós teremos pequenas chances de alcançar isso. Por outro lado, se os futuros inovadores conseguirem integrar essas considerações para dentro de seus próprios de DNA, as oportunidades não terão limite!

Texto traduzido e editado: Bill Buxton

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